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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

NOSTÁLGICO!


Inevitavelmente os dias passam
E com eles aquela vontade do outrora
Onde nos conjugávamos com um verbo no plural
Assim, juntos e nada mais
Seus olhos castanhos, suas bochechas levemente rosadas
E a inquietante lembrança daquele dia
O mar gélido, o vento fugaz
Que como uma canção fazia dançar os arbustos
Mas tudo passou
Não quero mais tê-la em mim
Não quero que perturbe mais meus sonhos
Com seus beijos úmidos
E sua fala pausada
Chega!
Talvez o que achava que sentia
Não sentia
Assim como você
Que fez sua escolha precipitada
Escolho agora que fique longe de mim
Seus olhos agora são como um veneno
Que vagarosamente vai entupindo minhas veias
Falta-me o ar
Não quero mais
Só te peço uma coisa
Peço-lhe que me deixe em paz...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Entrelinhas de Ana.

Era assim que sentia: lembranças de um tempo imaginário, saudades de coisas que nunca aconteceram e um sentimento um tanto quanto intenso [...] Angustia. Os bosques, o horizonte. Tudo ali, tão perto mais ao mesmo tempo tão longe.
            Mesmo após seus 25 anos de existência o que queria para si não tinha nome. Carregava dentro do seu peito todas as pessoas, os lugares e as paisagens por qual passou e sentiu. Era tanta coisa que mal cabia em si, transbordava pela alma e pelos olhos.
            Ah se pudesse correr sem os sapatos por ai a fora, correr sem as correntes que lhe aprisionavam... Correntes interiores. Ah se pudesse... Sentia que em suas mãos estavam todas as escolhas, faltava-lhe um pedaço. Não sabia por que nem onde. Somente sentia.
            Acordou cedo, o corpo ainda sonolento. O calor insuportável, mas a chuva que observava cair pelo telhado das casas amenizava a fadiga. Deu graças pela tal chuva.
            As gotas escorrendo pela face logo se misturaram com toda sua essência. Só não sabia até quando iria suportar, pois nos encontros e desencontros, crescia em seu ser a dilacerante ausência.Ela, a estranha veio com toda sua propulsão, rasgando-lhe os órgãos internos. Já não sabia nem mesmo como era, sentia como se houvesse dentro de si milhares de outros seres, outras personalidades. Como uma estranha poderia causar tamanha divergência?...
           Naquele dia tudo foi tão comum, como todos os outros dias. O trabalho, as pessoas, enfim, nada que pudesse distinguir o ontem de hoje, e talvez de amanhã. E ao chegar nessa conclusão, era como se acordasse subitamente de um sonho exaustivo e monótono. Uma realidade que não queria para si... A estranha agora então era reconhecida, era aquela tal que tantas vezes tentou se infiltrar em seus afazeres, em seu dia-a-dia. Só que dessa vez parece que veio mascarada. Mas de nada adiantou. Ana era uma mulher astuta. Logo tratou de concertar detalhes, de construir pontes...    

[...] Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já
conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena!!! 
                             (Clarice Lispector - Mudança)

E assim, o despertar trouxe consigo as mudanças, o novo.
Era como se sentia agora, mais viva, mais ativa... Era a menina com extensos horizontes,a menina mulher de sempre...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

UTOPIA!

Quem me dera ao menos uma vez perceber que a humanidade esta progredindo para o bem comum
Quem me dera sentir que o homem esta mais preocupado com próximo do que com o lucro e o capitalismo desenfreado
Quem me dera olhar e ver que tanques de guerras e armamentos bélicos estão enferrujados
Quem me dera observar que a sabedoria e o equilíbrio têm sido buscados
Quem me dera ver etnias lutando por amor e tolerância
Quem me dera ter promessas de paz sendo cumpridas
Quem me dera brincar com as crianças sabendo que crescerão saudáveis e num mundo cheio de esperanças
Quem me dera compartilhar de um futuro belo e sem estratégias imperialistas
Quem me dera caminhar pelas ruas onde caminham pessoas de bem e de valores
Quem me dera correr pelos bosques tendo um ar puro e um clima estável
Quem me dera fazer parte de uma raça evoluída onde planos maquiavélicos são pura ignorância
Quem me dera experimentar no olhar de pessoas a verdade
Quem me dera sorrir diante de tanta solidariedade
Quem me dera que devido as escolhas não se faça a exclusão de ninguém 
Quem me dera partir sabendo que tudo ficara bem
Quem me dera...