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domingo, 29 de maio de 2011

Decadência


No mar gélido que banha as montanhas
Ouvem-se os estalinhos do vento
Que sacoleja os pinheiros com força tamanha,
Aquela face frígida ao relento
Lá no alto, a observar o horizonte...
Num ar apático
Onde se enrijece a própria fronte,
Mais adiante, ao longe,
Observa-se o crepúsculo...
E o nada; a morte prevalece naquele lugar;
Agora não somente a fronte se enrijece
Mas também o músculo
O cheiro de alimento proibido cada vez mais forte
Aproxima-se lentamente
Mas a inocência da alma,
Supera até os mais profundos desejos

Lá em baixo, os olhares entrelaçados,
O cabelo ondulado
As maças daquele rosto pálido e atraente

Oh bela donzela, de sangue incognoscível,
Como és indecifrável a sua mente
Como esse sentimento é irreversível...
Oh bela donzela, aposto que temes?!
Sou um monstro criado para matar
Para derramar sangue de inocentes.
Há algo em você que me fascina
Como se te conhecesse séculos a séculos
Tenho contado as ondas que quebram no mar
Lá no alto, ouvindo pensamentos.
Somente a te esperar
Os sentimentos que percorrem dentro de mim
Em minhas veias frias
São indecifravelmente contraditórios
Talvez por te querer,
Mas não querer te machucar
Oh bela donzela se afaste de mim!
Vá para o outro lado do oceano...
Aonde seu cheiro não chegue ao meu olfato
Acordado sonharei com teus lábios úmidos
Então, quando no céu celestial,
A lua nova decorar
Nas estrelas, verei suas curvas desenhadas...