Todas as manhas trazia-lhe certa melancolia.
O homem não sabia sobre os
pesares, sabia bem sim dos motivos prolixos que o tornara tão míope. Como uma
lama que rompe a pureza da pele, tão impregnado estava-o que já não mais se
podia distinguir seu tom natural. Estava assim, sem destino. Um inseto
rastejante e nojento que agora fazia parte da corja de esfomeados. Fome de que?
Talvez de seres pensantes e passantes descuidados. Sempre pronto a dar o bote,
mas ao invés de digerir, vomitava a expiação de seus pecados. Era tão perene,
sem nada acrescentar. Sugava tudo que parecia ser lucrativo. Até que um dia,
alado de contrariedades decidiu por fim a tudo isso. É que os insetos
evoluíram, seleção natural fazer o quê. Não dava pra competir com pragas que
obtém de apoios aristocráticos.
No seu mausoléu deitou-se deixando pra traz
uma vida de desencontros. Assim melhor o fez, não houve nada de mais digno que
acabar com a existência miserável e desnutrida que acometiam lhe os dias.
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